segunda-feira, abril 07, 2014

Animação IV: Lip Sync

Se queres que os teus personagens falem existem várias forma de o fazer, umas mais complexas, outras mais fáceis. A sincronização labial (Lip Sync) pode ser feita com apenas dez bocas. Se queres mais fácil ainda podes fazer com duas posições, boca aberta e boca fechada. Aviso desde já que o efeito não é o mesmo.
Se seguirmos o exemplo dos japonese (Anime) e não nos preocuparmos com o movimento do maxilar inferior temos a vida facilitada e as dez bocas a que me referi quando colocadas sobre a face do personagem irão permitir que possamos animar qualquer frase que este diga.
Em baixo estão as bocas a que me referi, toma atenção porque estão a representar a fonética anglo-saxónica. Antes de as usar faz a conversão para a fonética lusófona. O “E” é o nosso “I”, o “W and Q” é o nosso “U”, o “U” é o nosso “O” e o “O” é o nosso “E”. De notar que a posição “Rest” refere-se a todos as outras posições e não a descanso.



Quando sequenciares as imagens com os sons tenta ser pragmático, algumas palavras serão animadas letra a letra, em outros casos deves animar sílaba a sílaba. Depende da frase, do sotaque e da velocidade a que a frase é debitada.
Em baixo coloco duas curtas metragens de duas alunas de Artes Plásticas e Multimédia produzidas na unidade curricular que leciono: Animação 2D3D.



Formas mais complexas de Lip Sync envolvem a construção de toda a face ou parte dela de forma que possa ser substituída durante a realização. Eu proponho um método mais simples em que as posições chave são fotografadas (Claymation) e depois animadas em software de edição não linear. Como exercício para aprender a animar é útil pois é rápido e fácil de concretizar em contexto de sala de aula. Para projetos mais profissionais pode ser limitador. Apesar de eu sugerir Claymation podes aplicar estes conhecimentos em outra técnica Stop Motion qualquer (Pixilação, Sand Animation, Cut-Out Animation...), ou em Animação Digital (3D, desenho vectorial, bitmap) ou mesmo o analógico Método Tradicional (desenho a desenho).
Para obter um maior “realismo” na animação deves fotografar o personagem com os olhos semicerrados e fechados. Desta forma, durante a edição, podes pô-lo a abrir e a fechar os olhos tornando-o mais credível e interessante.
 Os Estúdios Aardman (http://www.aardman.com) tem um conjunto de curtas metragens com entrevistas a animais, "Creature Conforts". Recomendo vivamente o seu visionamento.

Se queres colocar dois personagens frente a frente em diálogo (talking heads) recomendo que estudes escalas de planos (plano geral, plano conjunto, plano americano, plano próximo, plano aproximado de peito, grande plano, plano de pormenor), pontos de vista (normal, picado, contrapicado) e a regra dos 180º. Esta regra fala-nos de uma linha imaginária que não pode ser transposta de forma a que não se quebre a continuidade (racord) da cena.

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